sábado, 19 de março de 2016

A pior dor do mundo!

A maioria das pessoas que sofre com a doença apresenta vários episódios de dor em um dia e o quadro, geralmente, é bastante incapacitante.

A neuralgia do trigêmeo (NT) é um distúrbio que provoca uma dor excruciante na região do rosto, por onde passa o nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade tátil, térmica e dolorosa da face. A dor costuma pegar um lado do rosto, durando habitualmente alguns segundos e podendo ocorrer várias vezes em um mesmo dia, com intervalos de tempos variados. Ela pode ser tão intensa que é considerada uma das piores dores do mundo.
“A NT pode ser classificada em dois tipos. O clássico, que se divide em dois grupos, um relacionado à compressão do nervo por vasos sanguíneos tortuosos, que se encostam ao nervo trigêmeo, e o outro conhecido como forma idiopática onde não se encontra uma causa específica. O segundo tipo é chamado de neuropatia trigeminal dolorosa, que esta relacionado à lesão do nervo por outras causas como: tumores, doença da mielina (a capa do nervo), entre outras”, explica o neurologista do Einstein, Rodrigo Massaud.
O principal sintoma da neuralgia do trigêmeo é a dor aguda, intensa, tipo choque ou pontadas. Uma dor penetrante no rosto, que atinge a face,geralmente de um dos lados, atingindo um ou mais dos três ramos do nervo trigêmeo que inervam as seguintes regiões da face: a parte inferior do rosto na região da mandíbula, ou a maçã do rosto, ou a região ao redor do olho. A dor dura de alguns segundos até alguns minutos. A maioria das pessoas com NT apresentam vários episódios de dor em um dia. Esse quadro, normalmente, é bastante incapacitante.
Sabe-se que algumas atividades podem levar aos ataques de dor, conhecidos como gatilhos. Estes podem incluir: o toqueno rosto do paciente, mastigação, a fala, escovar os dentes, sorrir e o contato do rosto com ar frio.
“O diagnóstico depende da história clínica, que deve caracterizar adequadamente a dor, e do exame físico neurológico, que geralmente é normal, pelo menos na forma clássica, que inclui a maioria dos casos. Uma boa consulta médica é o melhor instrumento para o diagnóstico da NT. O exame de ressonância magnética deve ser realizado sempre que possível, principalmente nos casos de dor associada a alterações da sensibilidade na face, nos pacientes com sintomas bilaterais e com menos de 40 anos. Esses pacientes são o grupo com maior probabilidade de neuropatia trigeminal dolorosa, que são relacionadas a lesões estruturais de outra natureza, como no caso de tumores, que felizmente são causas incomuns de NT”, diz o neurologista.
A primeira opção terapêutica deve ser sempre o controle medicamentoso. Os médicos podem usar diferentes tipos de remédios para tratar a NT, entre eles as medicações para prevenir convulsões, chamadas de antiepilépticos. Estes medicamentos diminuem os disparos anormais do nervo que causam a dor. “Os remédios devem ser introduzidos lentamente, com doses progressivamente mais altas, para minimizar efeitos colaterais e reduzir o número e a intensidade de ataques de dor. Na maioria das vezes a doença é crônica e conseguimos controlar os sintomas com o uso dos medicamentos. Os mais utilizados são: carbamazepina, oxcarbazepina, lamotrigina e baclofeno”, conta Massaud.
Caso os resultados com o tratamento medicamentoso não produzam o efeito esperado ou causem efeitos colaterais intoleráveis, o paciente deve conversar com o seu médico para outras opções terapêuticas, como os tratamentos cirúrgicos. “Existem algumas modalidades para esse tratamento que são: cirurgia de descompressão microvascular; procedimentos ablativos que incluem: rizotomia com radiofrequencia (termocoagulação), compressão mecânica com balão e ablação com glicerol; radiocirurgia e bloqueio periférico”, exemplifica o neurologista.
As opções cirúrgicas são sempre invasivas, com risco intrínseco a cada procedimento e podem ter taxas de sucesso variáveis. Alguns pacientes melhoram logo após o tratamento e voltam a piorar com o passar do tempo.
Fonte: Rodrigo Massaud, neurologista
Texto disponível em sua íntegra:
http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/neuralgia-do-trigemeo-a-pior-dor-do-mundo.aspx






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